Medalha Dourada de Papel Laminado

Nessa época de dia dos pais e Olimpíadas, lembrei de um fato da minha infância. Na escola, para comemorar essa data, houve uma competição de corrida do saco. Meu pai tirou o primeiro lugar com mais de uma quadra de vantagem. Meu coraçãozinho de criança se encheu de orgulho ao entregar a ele uma medalha dourada de papel laminado. Meu pai deu o melhor de si ali pra mim na quadra de esportes do colégio Glória. Esse foi um dia muito feliz. Meu pai é um grande médico, mas acho que eu não teria tanto orgulho dele não fossem essas lembranças da infância. Hoje eu entendo como é importante darmos o nosso melhor pra quem está ao nosso lado. Hoje em dia é comum vermos pessoas “famosas” mas que não são tão queridas pelos seus próximos. Não estou falando só de família, mas de amigos, colegas e até de pacientes.
Com esses exemplos, acho que meu pai me ensinou a levar a sério as minhas relações. Quando a gente se doa de verdade, marca pra sempre a vida de alguém.
A foto que escolhi abaixo foi logo após ele se recuperar da Covid. Ele com 74 anos trabalhou durante toda a pandemia. A família bem que tentou, mas não conseguimos convencer alguém que está acostumado a se doar a ficar em casa.
Obrigada pai por me mostrar o que realmente importa. Vivemos num mundo de muitas aparências e de pouca autenticidade, onde recebemos até ofertas de cursos de “marketing” médico. Como se lucrar fosse o mais importante na medicina e nas relações. Como se as medalhas de “papel laminado” mas cheias de amor e verdade não fossem relevantes só porque não ganham notoriedade externa.

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